domingo, 17 agosto, 2025

MPPB cobra fim de remoção forçada de pessoas em situação de rua em João Pessoa

MPPB cobra de João Pessoa ações por pessoas em situação de rua. Reprodução/Freepik

O Ministério Público da Paraíba (MPPB) emitiu uma recomendação, nesta sexta-feira (30) à Prefeitura de João Pessoa, para que a gestão adote novas medidas para proteger os direitos da população em situação de rua. Entre as cobranças está o fim da remoção forçada das pessoas.

Entre as propostas também está o funcionamento do Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro POP) nos fins de semana e feriados, garantindo alimentação e acesso à higiene sem interrupções.

Também foram recomendadas a ampliação de vagas em casas de acolhida ou implantação de albergue e a proibição do recolhimento forçado de bens e pertences.

Segundo o documento, a Prefeitura tem 15 dias úteis para informar se vai seguir ou não as recomendações.

Para reforçar a urgência, o MP citou dados do Censo da Pessoa em Situação de Rua Adulta no Município de João Pessoa, de 2023. Segundo os números, 64% das pessoas ouvidas relataram que dormem nas ruas.

O levantamento ouviu 238 pessoas, das quais 85,6% eram homens. Os principais motivos apontados para estar nessa condição foram conflitos familiares (52,3%) e problemas com álcool ou drogas (34,2%).

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A recomendação foi assinada pelos promotores Fabiana Lobo e Francisco Lianza. Eles também destacaram que João Pessoa possui apenas cinco serviços de acolhimento, todos lotados, e um único Centro POP, que atende só em dias úteis e fecha às 17h. Sem alternativas, muitos voltam a dormir nas ruas.

O documento do MP se baseia em uma decisão do Supremo Tribunal Federal, que proibiu remoções forçadas de pessoas em situação de rua e de seus pertences. A decisão cobra do poder público a aplicação da Política Nacional para a População em Situação de Rua, prevista desde 2009.

Entre as medidas sugeridas pelo MP estão:

  • Divulgar com antecedência ações de limpeza urbana.
  • Oferecer abrigo para animais de estimação quando o tutor for acolhido.
  • Informar claramente o destino de itens apreendidos.
  • Capacitar agentes públicos para tratamento digno.
  • Instalar bebedouros, banheiros públicos e lavanderias acessíveis.
  • Realizar mutirões para documentação e acesso a programas sociais.
  • Criar programa contra a violência a moradores de rua.
  • Distribuir kits de higiene básica.

O Jornal da Paraíba procurou a Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania de João Pessoa e a Procuradoria do Município, mas não teve resposta até a última atualização desta reportagem.

Com jornaldaparaiba.com.br

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